"Na época, era difícil ver alguém amador com a câmera"
Na atualidade, com o avanço das tecnologias, algumas atividades que eram restritas a profissionais especializados se transformaram em algo ao alcance de qualquer pessoa. Como o surgimento de equipamentos modernos de fotografia, por exemplo. Câmeras cada vez mais avançadas e de fácil manuseio fizeram com que os fotógrafos se espalhassem por todos os cantos.
Antigamente havia um número maior de profissionais, pois eles tinham que se especializar mais nessa área. A realidade dos dias atuais é diferente: qualquer um pode tirar fotos de um aparelho celular ou de uma simples máquina. “Têm câmeras boas e a imagem está bem próxima do que era naquela época. Tornou-se uma coisa muito prática”, relembra o fotógrafo Joselito Tridapalli, um dos mais antigos profissionais em atividade na cidade de Brusque.
Joselito viveu o tempo em que fazer e revelar uma fotografia não era algo de minutos, até segundos como se vê hoje em dia. Como profissional, ele registrava eventos, a maioria noturnos. Atividade que teve início em 1997. “Antigamente levava-se mais tempo para revelar uma foto. O processo seria de uma, até duas horas. Isso caso fosse direto para o laboratório. Eu tinha o laboratório em casa, mas não era viável devido à quantidade de fotos que tinha para serem reveladas”, comenta.
Hoje em dia, com o sistema digital, a resposta é imediata. Algo bom para quem fotografa por fotografar, mas nem tanto para os que vivem profissionalmente da atividade. Isso porque, anos atrás, os equipamentos eram mais caros, mas havia uma procura maior pela revelação dos filmes. Diferente da atualidade, quando as pessoas, além de registrar as imagens elas próprias, excluindo a necessidade de um fotógrafo profissional, mantém as mesmas armazenadas digitalmente. Ou seja, pouca revelação no papel.
E todas estas dificuldades advindas com a tecnologia, se foram boas para uma imensa parcela de pessoas, beneficiadas com a comodidade que veio junto, tornou-se uma concorrente desleal para profissionais que trabalham com fotografia. Ficou fácil comprar um equipamento. Basta ter R$ 300 ou R$ 400.
“Nessa faixa (de preço), você aperta o botão e a foto sai clara e nítida. Antigamente tinha que saber regular a luz e a abertura da lente. Exigia, na época, um profissional e era difícil ver alguém amador com a câmera”, finaliza Joselito.
Já para Adilson Vohs, que tem pouco tempo de fotografia e iniciou com filmagens recentemente, o que o motivou a entrar na área foi o amor pela profissão. Para ele, a profissão representa o que quer passar diretamente para outra pessoa. “Nada de um olhar mais erudito ou mais complexo. Quero passar, basicamente, a fotojornalismo. O que o coração vê, que passa para os olhos, enquadra-se e a câmera e fotografa”, resume ele.